18 de julho de 2014

O machismo no RPG: nas histórias e no mundo real

Muito lamentável a estratégia da editora Devir em utilizar mulheres consideradas ‘bonitas e gostosas’ nos padrões socialmente estabelecidos em seu estande no Encontro Internacional de RPG. A mulher é vista há muitos e muitos séculos como mero adereço do macho heterossexual dominante, que detém o dinheiro, que a compra como mais uma de suas propriedades. Não pesquiso gênero e sexualidade, mas acompanho os debates do meu grupo de pesquisa e em eventos acadêmicos pelo Brasil, por curiosidade, já que coisas que eram consideradas ‘normais’ para mim, são construções históricas e sociais, processos de subjetivação que coloca a mulher em posição inferior ao homem.

Isto não é exagero. O Dia Internacional da Mulher não é para ser comemorado com florzinha e chocolate, é para lembrar da luta da mulher por respeito e igualdade. Mulheres foram mortas por desejarem isto.

Os machões machistas de plantão devem estar sem entender nada, mas a culpa não é deles, todos nós somos subjetivados desta maneira, de ver a mulher como uma coisa, um objeto de prazer apenas, uma alegoria, uma empregada para nossos afazeres, algo para satisfazer sexualmente. E quem diz e afirma que não pensa assim, pode ser o mesmo que assobia para uma mulher na rua.


Gilson

5 comentários:

vulcao disse...

Pô orc, tu não manda nem uma foto das gostosas?!??!?!?
=P

cmaximino disse...

http://en.m.wikipedia.org/wiki/Gender_representation_in_video_games

Anônimo disse...

Pois é, nada contra a beleza, mas já temos uma tremenda dificuldade em tornar o jogo um espaço mais "democrático", onde todas as pessoas independentemente de gênero, idade e religião, possam se divertir.

Precisamos perder essa mania de achar que gamers e nerds em geral sejam um bando de tarados sem ter o que fazer. e de reproduzir esse conceito.

Bom texto!

Pedro "Brega". Abraços

Alexandre Taitson disse...

Cara, sinto muito mas discordo.
O machismo não é a Devir contratar modelos, isso é uma jogada de marketing que funciona e gera mais lucro licitamente (que é a única intenção de uma empresa).
O machismo é o fato de que modelos atraem mais jogadores do que sem as modelos. Não contratar é abrir mão de dinheiro, o que não faz sentido. O que tem que mudar é a mentalidade do jogador, no momento que as modelos não atraírem mais pessoas, as empresas param de contratar.
Enquanto a contratação for uma fonte certa de lucro, ela ocorrerá e nem mesmo pode ser criticada pois o erro está no jogador babaca.
Soma essa modelos com o estereótipo do jogador comum: "nerd, excluído socialmente e solteiro". Pronto, lucro certo.

Gilson Rocha disse...

Decidi não publicizar as fotos, Vulcão. Só para contrariar.

Grato pela contribuição, Caio! Acompanheis este debate em outros lugares e peguei uns links que postarei logo.

Exato, Pedro!

Alexandre, o machismo é construído. Você pode ler os teóricos e pesquisas científicas sobre isso. Seguindo seu raciocínio, então as modelos 'gostosas e bonitas' só servem para agradar os jogadores homens pelo lucro. Então as consumidorAs de RPG (e HQs, videogames, mangá, etc.) não são importantes?

Abraços a todos!
Gilson