6 de julho de 2018

O cyberpunk é agora?


O cyberpunk é agora?

“[...] A palavra 'cibernética' vem do grego 'kiberus', "controle". A palavra "governo", aliás, vem de uma tradução latina um pouco oblíqua de 'kiberus'. A cibernética é a área do saber que se dedica a estudar as relações entre informação e controle de um sistema”.  Em MARTINO, Luis Mauro Sá. Teoria das mídias sociais. Petrópolis-RJ: Vozes, 2014.

É entendido ‘cyberpunk’ como muita tecnologia digital e muita violência, geralmente em ambientes urbanos. Não há pessoas substituindo olhos ou braços por partes artificiais por vontade ou estética, apenas em caso de saúde, a um custo. Mas há mais elementos perpetuados pela cultura ‘cyberpunk’. Ainda há a outra metade do termo, o ‘punk’, o movimento cultura, de contracultura e de resistência aos governos.

O que temos nos últimos anos é muita violência e o avanço da tecnologia digital, marcada pela massificação dos telefones móveis com acesso à rede mundial de computadores. Seriam estes celulares-computador os implantes ciborgues, a união do artificial e do biológico? Além disso, há os óculos com informações sobrepostas sendo testados com bastante avanço.

Não há carros voadores, mas os helicópteros nos grandes centros urbanos prestam serviços ao Estado (polícia, resgate) e a quem pode pagar (corporações). E há os drones para transporte de pessoas sendo testados, helicópteros menores.

Empresas gigantes fundem-se umas às outras, maiores compram menores e ainda mantêm os nomes das compradas, suas identidades comerciais. Há biotecnologias cada vez mais avançadas, há plantas para o consumo sendo modificadas, há mapeamentos genéticos de plantas, humanos, microrganismos e animais.

Há drogas cada vez mais diferentes e derivadas das drogas mais usuais ou ainda de outras fontes, e outras artificiais. Podemos pensar também em ‘drogas sociais’ como uso intenso do digital seja jogando, navegando, desbravando as redes sociais digitais.

E também há a propaganda excessiva. Algumas cidades limitaram a poluição visual nas ruas, mas a propaganda segue massivamente nos ambientes digitais: no email, sobre as imagens, antes-durante-depois de vídeos, nas páginas, nos programas para computador e celulares, em todo o lugar.

Penso que já estamos no cyberpunk há alguns anos.

Prof. Gilson Rocha de Oliveira

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