Como já disse antes aqui, sou dos Dias Antigos, um ancião. Eu jogo RPG desde 1992 ou 1991, já nem lembro mais; tentei lembrar esses dias. E desde o começo encarei um grande problema comum a muitos: lugar para jogar.
[editando aqui]: matéria na revista Época São Paulo de julho, mencionando o problema de falta de espaço para o RPG, mas que em algumas cidades acontece numa rede de lanchonetes.
Começamos, eu uns colegas vizinhos, jogando num canto da sala da minha casa com Dragon Quest. Não tínhamos uma mesa e pareceu o lugar mais adequado para aquelas primeiras aventuras. Bem, eu nunca fiquei a vontade sem encosto nas costas e tive dores o resto do dia. Depois tentamos jogar na mesa da cozinha e não foi uma boa experiência, já que as pessoas passavam para fazer as coisas enquanto gritávamos durante os combates emocionantes.
Os anos foram passando, mudei para outros sistemas e me envolvi com todas aquelas leituras. Então comecei a jogar na casa de alguns amigos em seus quartos ou em livrarias que cediam espaço para o RPG. Depois vieram o vestibular, empregos, relacionamentos e toda a sorte de eventos do mundo real.
Nos últimos anos passei a acompanhar as gerações de adolescentes e dos que tem vinte e poucos anos e sua relação com o RPG na questão de espaço para jogar. Existem os com a sorte de poder jogar em áreas de prédios, algo que nem passava pela minha cabeça já que cresci e moro numa área de casas, os que jogam nas salas e cozinhas e os que jogam em locais públicos. E é este tipo de jogador que me interessa.
Em Belém temos um local chamado Parque da Residência, que era ocupado pelos governadores e foi transformado em espaço público. Há uma parte fechada, refrigerada e com cadeiras e mesas, o Teatro Gasômetro, uma obra européia. Fotos aqui. É no Parque da Residência a maior concentração de jogadores de RPG em Belém atualmente, até onde sei, nos sábados e domingos de toda semana, inclusive com jogadores de municípios vizinhos que ficam a 30 ou 60 minutos da cidade.
A parte triste é que o espaço vem sendo inviabilizado por jogadores imaturos e por alguns praticantes de cosplay que correm, pisam na grama, sobem nos galhos baixos das árvores e praticam outras barbáries. Agora os funcionários geralmente mantêm a parte coberta fechada e chamam a atenção para esse comportamento infantil nas outras áreas. O que pode vir a acontecer é a proibição do uso do lugar para o RPG e grupos de crianças e adolescentes fantasiados.
A partir deste cenário e somando às minhas experiências de onde jogar RPG, iniciei uma busca épica por um lugar onde o RPG pudesse ser praticado sem tantas adversidades, pois na região da Linha do Equador onde está Belém chove muito, além de ser uma região quente e úmida. Jogar nas outras áreas do Parque da Residência que não seja a coberta significa sentar em concreto ou nas escadas e com temperatura e umidade elevadas, mesmo nas sombras, além da constante ameaça de chuvas. Uma aventura por si só.
Nos últimos meses fui a outros locais públicos, entrei em contato com o Sesc local e nacional, solicitei pessoalmente e com projeto em mãos às grandes redes de lanchonetes e falei com outros jogadores que estão na mesma busca. O resultado foi zero. O mais frustrante foi com as redes de lanchonete, já que estaríamos levando clientes para dentro da loja no horário de baixo movimento, além de acontecer em outras capitais brasileiras.
Eu e mais outros dois jogadores ainda não desistimos e estamos tentando viabilizar um local para que o RPG em Belém possa ser praticado em coletividade, com grupos se encontrando e jogadores se conhecendo.
Gilson
6 comentários:
Jogador imaturo, imbecil, idiota e bossal que fode com avida dos outros não é exclusividade de belém. Quando eu morava em Fortaleza tinha esse mesmissimo problema. Morando em São Paulo tinha o CC Vergueiro, mas na maioria dos shoppings e no SESC Pompéia Norte éramos barrados. Por que? Porque meia dúzia de anormais, retardados com cérebros ligados em seus aparelhos excretores aprontaram por lá.
Isso é realmente uma pena. Fica de alerta para mim e os outros jogadores, pois eu já pensava numa campanha de conscientização com conversa e panfleto. Agora será uma lista também, pois conseguir um lugar com sacrifício para perder para comportamente infantil é demais.
Cheguei a frequentar o Centro Cultural São Paulo (ou Vergueiro) e acreditava que poderia conseguir um local semelhante em Belém.
Valeu!
Gilson
subir nos galhos baixos? putz...
Sim, aconteceu isso. E na estátua também. Neste dia não fui, mas o grupo que conheço viu tudo.
Gilson
cara, eu jogo no teatro faz 3 anos.
nunca fomos barrados, é de boa jogar lá dentro, desde que não se faça barulho e arrumem as cadeiras de volta. Como meu grupo sempre faz isso, nunca fomos barrados =D
Oi, Anônimo.
Que teatro você se refere? O Gasômetro? Bem, tudo que descrevi acontece lá.
Gilson
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